O que é o preconceito automático?


Existe um conceito que vem sendo estudado pela psicologia chamado de preconceito automático, uma visão que busca entender como muita das vezes ações violentas têm uma origem muito mais profunda nas mentes das pessoas do que podemos imaginar.

Esse texto foi publicado originalmente no meu perfil do Twitter, me siga lá pra conferir mais desse tipo de conteúdo:

Em 1999 Amadou Diallo, um imigrante negro de Guiné-Bissau, foi alvo de mais de 40 tiros perto do seu apartamento no Bronx. Seu crime? Andar de madrugada nas ruas da cidade com as mãos no bolso e ter um isqueiro de metal. Os quatro policiais envolvidos foram absolvidos.

Em 2004, o dentista negro Flavio Ferreira tentava chegar na sua casa na capital paulista quando foi abordado com tiros por seis policiais que procuravam um assaltante. Os policiais que foram absolvidos e promovidos alegaram que ele carregava uma arma, o que nunca foi provado.

Claramente esses casos têm em comum a violência causada por um preconceito sistêmico que advém da nossa estrutura social, que talvez esteja incutida no nosso inconsciente. Mas como nasce essa estrutura? Como nasce um pensamento que causa decisão tão violenta e rápida?

Muitas vezes quando um policial ou até mesmo um cidadão vê uma pessoa negra logo de cara associa essa imagem a um criminoso, 

do modo que acaba surgindo um preconceito automático que desencadeia atos de discriminação e até mesmo violência.

A psicologia vem estudando há quase 50 anos esse conceito chamado de “priming” (ou pré-ativação) que é quando um estímulo inicial acaba influenciando em comportamentos futuros de forma automática

Segundo um artigo publicado por pesquisadores da PUC-RS a pré-ativação de comportamentos pode ter influência inclusive sobre as representações mentais do sujeito sobre a sociedade e até sobre si mesmo!

Exatamente por conta disso, um artigo onde se fala que qualquer tipo de comportamento pode ser ativado através desse conceito, permitindo que falemos do conceito de preconceito automático.

Segundo o artigo, o preconceito automático influencia inclusive a visão que pessoas negras têm de si mesmo, reconhecendo, por exemplo, afetos negativos com mais facilidade do que positivos, o que pode influir na auto estima e até mesmo na saúde mental.

O artigo ainda nos revela que, quando incluímos o conceito de meritocracia na jogada, ainda mais quando se trata de uma competição, comportamentos racistas são ainda mais presentes. Mas como mudamos esse cenário e evitamos que o preconceito automático aconteça?

A mudança deveria ser de ordem social 

onde deveríamos eliminar o reforço a comportamento preconceituosos evitando assim que estes fossem pré-ativados mesmo quando o estímulo não esteja presente ou seja duvidoso.

A representatividade na cultura, política e etc seria ainda um fator crucial para essa mudança. Inserir reforços positivos a comportamentos de inclusão desde a infância, como por exemplo, na escola, ajudaria a eliminar esses comportamos de preconceito e até mesmo violência.

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