Como o turismo de luxo vê o negro no Brasil?
A resposta parece surgir no texto da turismóloga e doutora em sociologia Natália Araújo de Oliveira, da Universidade Federal de Santa Maria, que publicou um artigo intitulado "Representação e representatividade dos negros em uma revista de turismo de luxo do Brasil" na Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, em 2022. O artigo é publicado pela Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo e teve como objetivo analisar a representação social e a representatividade dos negros em uma revista de turismo voltada para o consumo de luxo.
O artigo é baseado em discussões sobre representações sociais e racismo e como o turismo reforça estereótipos e vincula a atividade à branquitude. O corpus da pesquisa inclui as dez últimas edições (n. 17 a 26) da revista Viaje Mais Luxo, publicadas de 2017 a 2020, e o método utilizado foi a análise de conteúdo.
O texto analisa como a revista Viaje Mais Luxo representa e dá visibilidade à população negra na indústria do turismo de luxo. A pesquisa utiliza teorias de representações sociais e racismo para mostrar como o turismo reforça estereótipos e vincula a atividade à branquitude.
A análise de conteúdo das edições da revista revela que os negros são frequentemente retratados como servidores do turismo, atrativos turísticos ou ausentes completamente. A publicidade também usa estereótipos para retratar os negros e os vincula ao continente africano ou a determinados estilos musicais.
A representatividade dos negros é baixa, com apenas 11,23% da publicidade e 6,31% do conteúdo da revista os mostrando. O estudo de Natália Araújo de Oliveira ilustra como a falta de representatividade e a perpetuação de estereótipos reforçam a associação entre branquitude e riqueza no turismo de luxo.
A pesquisa também é importante para mostrar a extrema relevância da diversidade e inclusão em todas as camadas da sociedade.
O artigo completo pode ser lido de forma gratuita aqui.
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