#Resenha: GODZILLA!


Antes de assistir a esse filme você tem que se perguntar porque está fazendo isso. Godzilla é quase um arquétipo do cinema e é conhecido como "rei dos monstros" não é atoa. Logo, se você nunca ouviu falar dele a única parte dessa resenha que servirá pra você vai ser a primeira. Mas, eu não te culpo. Nunca ter ouvido falar de Godzilla é um pecado para qualquer pessoa que goste de cinema ou que pelo menos tenha um gosto mediano no que se refere a cultura pop, mas a gente vive num mundo em que existem pessoas que viram apenas pedaços da triologia Senhor dos Anéis e acham o filme ruim.

Bom, vamos a primeira parte. A realista.

O fato é que Bryan Cranston (de Breaking Bad) não vai ganhar o Oscar por correr e gritar nas cenas em que aparece, afinal de contas boa parte de seu papel é contextualizar o monstro gigante no mundo em que vivemos, criando uma verdadeira teoria de conspiração e tentando nos conectar ao protagonista (Taylor-Johnson) com quem no fundo não nos importamos. O fato é que Godzilla, ao contrário de Pacific Rim assume em seu roteiro, ao contrário do que muitas críticas por aí dizem, que o personagem principal do filme é o monstro, não as pessoas. Na verdade, boa parte dos personagens está ali apenas para observar impotente o duelo dos monstros e nos explicar (na medida do possível) por que e como aquilo está acontecendo. Isso fica claro na reação do público, por exemplo, quando o protagonista aponta uma pistola para certa "criatura" ao logo da exibição. O que muita gente não percebeu que isso é tão bem feito, que não se percebe.

Aliás eu acredito que o filme é melhor nesse ponto do que Pacific Rim. Quase não percebemos a inexpressividade do protagonista e as falhas no roteiro no que se refere às sub-tramas como por exemplo, a esposa do protagonista que interrompe um momento íntimo com o mesmo para atender o telefone e quando o marido está ausente, possivelmente morto ou no mínimo desaparecido, deixa de atender o mesmo celular e não recebe nem mesmo a mensagem que é deixada na caixa postal. Isso sem falar nas várias cenas em que o cientista que deveria saber tudo sobre os monstros (Watanabe) é reduzido a frases de impacto pontuais e expressões de espanto diante das criaturas que, supostamente, teria estudado desde sempre.

O fato é que, se os protagonistas fossem pisoteados nós continuaríamos assistindo com empolgação a espera da próxima cena em que o monstro que leva o nome do filme aparece. O ritmo narrativo desvia a nossa atenção dos furos de roteiro nos fazendo esquecer até mesmo da sorte quase absurda que alguns personagens possuem.

Mas aí vem a segunda parte. A do fanboy.

O filme é cheio de easter eggs que somente aqueles que conhecem a gigantesca franquia de Godzilla irão perceber. São detalhes que fazem valer cada centavo do ingresso, como o nome de uma certa "criatura" exposto em determinada cena, o design do monstro e até mesmo seus movimentos que fazem uma homenagem clara aos clássicos combates titânicos da franquia. As cenas são pontuais e acontecem na hora certa. Quando você começa a sentir falta do Godzilla, o rítmo do filme nos leva de volta a ação principal e premia a atenção do espectador com cenas majestosas de destruição em massa.

Aliás, há uma cena no filme que me fez vibrar mais do que o "botão da espada" em Pacific Rim, que desafio aos fãs dizer qual é!

Toda vez que Godzilla entra em cena o filme recupera o fôlego majestosamente. Aliás, muita gente pode ter ficado com a impressão de que o lagarto gigante apareceu pouco no filme, mas eu discordo disso. A narrativa vai expondo a criatura aos poucos, mostrando um pedaço aqui, outro ali. Na primeira vez que há um confronto vemos tudo em segundo plano o que dá a impressão de que o filme vai ser todo assim. Além disso, as tomadas em que Godzilla está em tela são sim curtas, mas o contexto no qual elas estão inseridas não é. Ao contrário de Pacific Rim em que a narrativa do filme parece "parar" em alguns momentos para que haja um combate, na ação de Godzilla, tudo está em movimento ao mesmo tempo, sendo que muitas vezes a destruição que o  monstro causa às vezes serve de transição entre um ângulo da narrativa e outro e isso funciona muito bem na hora de prender atenção do espectador fazendo com que as duas horas e meia de projeção passem despercebidas!

De fato, se você não vive numa caverna e sabe do que se trata Godzilla, esse filme é uma ótima pedida pra quem procura diversão, ação e monstros gigantes! Porém, como o roteiro tem um ritmo excelente (que eu já to cansado de elogiar aqui) acredito que até mesmo quem nunca ouviu falar do rei dos monstros fique preso na cadeira do começo ao fim!

Comentários

  1. Concordo com você, quando vi que iria lançar o Godzilla, assisti a um trailer dele percebi que não seria que nem o Godzilla(1998). Meu Deus como fiquei eufórico...
    Assisti o Filme 2 vezes, no fim da sessão ouvi alguns comentando que o filme era ruim.
    (Mais para mim o filme foi alucinante, o Godzilla a cada vez que ele aparecia a minha empolgação subia a mil).
    Mais é da maneira que você colocou, muitos só conhecem o Godzilla dos filmes recentes dele.
    Eu sou novo, 20 anos mais sou fanático pelo Lagartão.

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