Os arquétipos de Star Wars Rogue One


Rogue One é um spin off (uma história contada paralelamente a história principal) da gigantesca franquia Star Wars que de forma resumida conta como os rebeldes conseguiram os planos da Estrela da Morte, uma arma que no filme Star Wars Episódio IV é capaz de destruir planetas inteiros.

A franquia é gigantesca compreendendo de histórias em quadrinhos, games, livros até séries animadas, no entanto é a primeira vez que vemos nos cinemas um pouco mais deste universo sem o protagonismo da família Skywalker, tipico dos sete filmes já lançados até hoje.

UM STAR WARS "DIFERENTE".

O filme tem uma pegada diferente da franquia, principalmente por ter personagens completamente desconhecidos do público, se passar em cenários muitas vezes nunca vistos durante a franquia, além de quebrar certos padrões quando, por exemplo, não exibe o letreiro já consagrado da abertura dos filmes da franquia.

Outro fator que torna Rogue One se mostra um ponto fora da curva é a trilha sonora, que, apesar de conter o tom épico da franquia, nos priva dos acordes compostos por John Williams, autor da trilha sonora original, que só aparece em pontos-chave da trama. Mas este, na minha opinião é um ponto negativo.

No entanto, apesar de tantas diferenças que souberam ser colocadas na narrativa de forma positiva seria ingênuo dizer que Rogue One é algo completamente diferente da franquia Star Wars, pois além da roupagem dramática e estética o filme "rouba" os muitos arquétipos da franquia original.

ARQUÉTIPOS, NÃO CLICHÊS.

Muitas pessoas reclamaram de um excesso de fan service no filme dizendo inclusive que este é o mesmo defeito do recente Episódio VII. No entanto, a franquia é tão bem-sucedida que já foi alvo de estudos por conta das técnicas de storytelling utilizadas em seu roteiro que fazem, segundo alegam, referência a várias estruturas míticas e todo esse papo de jornada do herói que todo mundo que conhece Joseph Campbell já está cansado de saber.

No entanto, para o psicólogo Carl Jung, certos padrões de comportamento ou cadeias de acontecimento são na verdade arquétipos, ou seja, figuras ideais que representam uma espécie de gênero narrativo ou comportamental.

RECORTE E COLA?

Vamos mais além, eu acredito que STAR WARS criou seus próprios arquétipos. Em Rogue One vemos diversas rimas narrativas e estéticas que fazem referência direta a trilogia clássica de STAR WARS e, até mesmo os personagens, parecem de certa forma "herdar" características de personagens presentes na franquia, obedecendo aos arquétipos já estabelecidos durante os filmes anteriores.

No entanto, a beleza deste filme é que, se é que isto é possível, a Disney parece ter encontrado a "fórmula" de STAR WARS e consequentemente uma mina de ouro, pois deste modo a franquia poderá ser refilmada várias vezes (já podemos contar duas agora) sem desagradar os fãs ou deixar de atrair público novo.

Mas será que isto irá se tornar uma tendência em Hollywood? Ao invés de simplesmente refilmar franquias, os produtores irão mergulhar em seus arquétipos e arrancar suas almas possibilitando assim sempre contar a mesma história, mas com roupagens diferentes?

No entanto é preciso ficar claro aqui que isto não é demérito desta nova leva de filmes de STAR WARS, muito pelo contrário. Quando falamos de fórmula aqui, queremos dizer que, ao que me parece, a Disney entendeu como franquia funciona e, principalmente, o que os fãs querem ver. E isso é muito difícil de se conseguir.

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