Freud explica STAR WARS os ultimos jedi


Não é segredo para ninguém que Star Wars é uma franquia de ação e aventura ambientada no cenário da ficção científica tendo por fim entreter o expectador de forma mais ampla possível, ou seja, "toda a família".

A série nunca foi conhecida por explorar temas dramáticos ou profundos, mesmo que tocasse em temas como relações familiares, como eu já expliquei aqui. E mesmo tendo a palavra "guerra" em seu título, toda a trama girava em torno dos super-protagonistas que sozinhos eram capazes de resolver todo o conflito de uma galáxia inteira.

Mas parece que daqui pra frente não vai ser bem assim...

Desde Rogue One, o primeiro spin-off da franquia, nos parece que esta história vai pela primeira vez expandir seu universo na telona. Afinal de contas uma guerra nas estrelas tem muito mais histórias para contar além daquelas que envolvem a problemática família Skywalker.

Os últimos Jedi é o primeiro filme da linha principal da saga a falar abertamente que a guerra vai além de cinco ou seis personagens e que mesmo que estes tenham o poder de mudar o rumo de civilizações inteiras, isso não acontece sem as devidas consequências. E isso é novo para um universo que até bem pouco tempo atrás dividia claramente os personagens em "mocinhos e bandindos" como nos filmes "B" de faroeste.


O que faz "Os últimos Jedi" ser tão bom no fim das contas é a aterrisada que o roteiro dá no universo da franquia, pois tira os personagens clássicos do pedestal critiando sua posição de "mito", pois como diz o próprio Luke em um dos diálogos do longa, ele mesmo chegou a acreditar que era essa lenda e por isso falhou.

Este episódio nos lembra que a guerra é feita de sacrifícios, de mortes inocentes, de erros graves. Nos lembra que nem toda vitória vale o preço que se paga por ela, como vemos no arco de Paul Demeron e Fin, e que a sabedoria muitas vezes pode valer muito mais do que a coragem e a habilidade.

O grande mérito de "Os últimos jedi" é ao mesmo tempo humanizar os personagens sem quebrar os arquétipos da franquia.

No entanto, apesar dessas diversas quebras de paradígma que esta história sofreu, os papeis continuam lá: o do Jedi com seu sabre de luz e seus poderes, o do vilão "general" que manipula forças sombrias para alcançar seus objetivos, e também o papel dos aventureiros corajosos de que lutam pela liberdade.


O que muda agora é que esses lugares passam a ser ocupados por pessoas de verdade, que falham, que cometem erros que tem consequências para a história e o universo. Que se arrependem, que sentem medo e ao mesmo tempo coragem. E principalmente, se tornam personagens com quem podemos nos importar, que PODEM MORRER. E isso torna seu triunfo ainda mais catártico para o espectador.

Resta agora torcer que a produção continue seguindo por este caminho maravilhoso que consegue trazer uma história com personagens críveis e ao mesmo tempo agradar a toda a família, tarefa esta que todo escritor que se preza sabe que é hercúlea!

E que venham mil filmes de Star Wars, desde que a qualidade siga no ponto certo.

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