A questão da ética científica nas ciências humanas


Não é de hoje que as ciências exatas têm um olhar desconfiado para as ciências humanas que, desprovidas de uma técnica matemática para apurar suas descobertas usam-se de um método descritivo advindo da observação ou, por muitas vezes, das impressões e deduções de um autor específico.

Mas, com o advento da estatística e do avanço das ciências cognitivas por que as ciências humanas não se apoiam nessas ferramentas para garantir uma autenticação diante das ciências exatas?

O que muitas vezes se pode constatar é que o método descritivo ainda é a ferramenta mais rica disponível para as ciências humanas. Afinal de contas, fenômenos naturais são mais fáceis de se "medir" enquanto as construções sociais são temas abstratos imaginados pela mente humana sem estrutura pré-estabelecida ou leis como as da física que ajudem a definir uma métrica.

Não estamos dizendo aqui que num futuro próximo não seja possível medir as abstrações humanas, mas no momento, apesar dos avanços notórios que presenciamos no dia-a-dia, fazer uma medição exata ainda não é algo palpável.

No futuro, talvez sejamos capazes de mapear as sinapses que constroem cada interação social, ou até mesmo sejamos capazes de determinar através de simulações matemáticas aspectos antropológicos de culturas há muito extintas.

É por isso que o profissional de ciências humanas deve seguir confiando no método descritivo, mas sempre se mantendo atualizado quanto as novas descobertas realizadas nas áreas exatas correlatas ao saber que exerce, afinal de contas métodos científicos não concorrem entre si, mas são ferramentas que devem ser usadas em prol de um bem maior de acordo com sua eficiência.

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