05 segredos para viajar no Japão


Como a maioria das pessoas que nasceu na década de 80, eu cresci consumindo cultura japonesa através de séries e animações infantis produzidas na terra do sol nascente. Por isso, desde pequeno eu sempre quis conhecer o Japão, e pude realizar esse sonho recentemente.

No entanto, enquanto pesquisávamos para fazer a viagem, vimos que algumas coisas não são ditas pelos diversos vídeos e textos que lemos. Algumas dessas dicas:

1. METRÔ E TREM TE LEVAM A QUALQUER LUGAR, MAS PODE SER COMPLICADO. 

Principalmente em Tokyo você pode ir para absolutamente QUALQUER lugar de metrô e trem. Aliás, você pode viajar pelo país usando a extensa malha ferroviária do Japão dominada principalmente pela Japan Rails (conhecida como JR).


No entanto, quando você viaja para cidades que têm metro e trem como Nova York ou até mesmo São Paulo você pode praticamente ir a qualquer estação de qualquer linha com apenas um bilhete.

No Japão não é assim.

Apesar de ter metrô e trem em praticamente qualquer esquina, as linhas são operadas por empresas diferentes e a viagem é cobrada de acordo com o trecho que você anda.

Por exemplo, metrô é uma coisa e trem urbano é outra. Em São Paulo, por exemplo, você pode comprar um bilhete no metrô e fazer uma conexão gratuita para o trem e até mesmo para o ônbus.

No Japão, muitas vezes você precisa sair da estação de uma linha para entrar em outra que as vezes é do lado, fora o fato de ter que pagar uma nova passagem.

Além disso, não existem guichês que vendem bilhetes.

No Japão os bilhetes tem de ser comprados em máquinas que se assemelham muito a caixas eletrônicos, e como eu disse antes, muitas vezes as linhas são operadas cada uma por uma empresa diferente. Portanto, você precisa procurar a máquina de bilhetes daquela empresa específica.

Mas fique tranquilo, após identificar essas máquinas e perceber que elas tem opção de linguagem em inglês passamos até mesmo a achar que elas são mais práticas.

Você também pode comprar o JR Pass, mas ele nem sempre compensa.

Este passe te permite que você ande a vontade por todos os trêns e metrôs operados pela JR. Como falamos no início, a empresa que domina os trens no Japão é a JR e em Tokyo eles tem várias linhas, incluindo o Shinkansen (trem bala) que pode te levar para vários lugares do Japão. No entanto, este passe pode ser uma furada para quem viaja para cidades mais distantes como Osaka ou Kyoto mesmo que o JR Pass inclua o Shinkansen, pois nesses lugares você vai andar mais de metrô ou até mesmo ônibus, que não são operados pela JR.

Portanto, na hora de se planejar faça as contas antes de comprar o JR Pass, principalmente se você for sair de Tokyo.

2. OS JAPONESES SÃO MUITO SIMPÁTICOS E COMPREENSIVOS.

O Japão ainda é um país etnicamente fechado, portanto, a não ser que você tenha fortes traços japoneses, lá todo mundo vai saber que você é turista só de olhar pra sua cara e já vão chegar falando inglês com você. Algumas pessoas se aproximam oferecendo ajuda quando percebem que você está perdido, e dependendo da disponibilidade eles até mesmo vão contigo ao local que você quer chegar.


No Japão muita coisa é diferente, incluindo a forma como você come, ou até mesmo acessa um serviço. Mas é só demonstrar que você não sabe qual o procedimento que com certeza alguém vai tentar te ajudar, principalmente os funcionários do local.

O máximo que pode acontecer é você pedir ajuda pra algum funcionário que não fale inglês (o que pra eles é meio constrangedor), mas eles saem correndo e trazem alguém que possa ajudar.

Lembrando sempre que estamos aqui presumindo que você se comporta dentro de uma média de educação esperada de qualquer pessoa minimamente civilizada, isto porque, ficamos sabendo que muitas vezes os brasileiros ganham mais atenção por serem mais "bagunceiros".

3. VOCÊ NÃO PRECISA SABER FALAR JAPONÊS, MAS SEU INGLÊS TEM QUE SER O MAIS SIMPLES POSSÍVEL.

Os Japoneses que falam inglês tem sempre o maior prazer de bater um papo contigo, mesmo que seja apenas para exercitar a língua. No entanto, é importante lembrar que pra eles esta é uma língua muito difícil. Imagine o quão complicado é para nós falar Japonês? Para eles o inglês é a mesma coisa.

Portanto, não queira gastar todos os seus anos de cursinho de inglês no Japão porque eles raramente vão te entender. Então, ao invés de chegar num restaurante e dizer "Good morning, May I  have a tea, please?" diga apenas "tea, please", de preferência falando pausadamente.

A maioria dos Japoneses, principalmente os que trabalham nas grandes cidades, entendem o básico de inglês como sentenças simples, números e essas coisas. Mas muitos têm vergonha de falar, eles até têm uma calculadora para mostrar o preço das coisas para os estrangeiros e assim não ter que pronunciar certos números.


Lembrando sempre que provavelmente nós que não nascemos falando inglês temos um sotaque. Então, seja simples e tenha paciência.

4. VAI SER MUITO MAIS FÁCIL SE VOCÊ TIVER INTERNET.

Dar informações é algo que fica complicado quando você não fala muito bem uma língua, e como eu falei antes, o inglês é uma língua muito complicada para os Japoneses. Portanto, eu recomendo com muita força que você não viaje ao Japão sem acesso a internet, pois estará correndo um forte risco de se perder e passar por um stress desnecessário.

Não é só a língua que é diferente, no Japão os endereços também são!

Aqui no Brasil e na maioria dos países ocidentais você se guia por Cidade, Bairro, Rua e Número, certo? Bom, no Japão não é assim. Lá você tem Prefeituras (que são algo parecidos com províncias ou estados), algo como distritos (que podem ter o tamanho de cidades) e então os bairros.

Nos bairros não há ruas com nomes. Lá eles nomeiam ou numeram os BLOCOS (ou quarteirões). E os números das casas ou prédios seguem muitas vezes a ordem em que foram construídos, que não é sempre em ordem.


Portanto, mesmo que você encontre um Japonês que fale um bom inglês, vai ser difícil ele te explicar onde fica o lugar em que você quer chegar. Então, tenha internet e use o Google Maps!

Lembrando que por conta dessa diferença, o Maps não funciona offline!

Sim, há muitos pontos Wi-Fi grátis no Japão, mas muitas vezes eles tem limite de tempo de uso por dia, ou pedem que você esteja consumindo no local para usar. Uma saída é você comprar um chip no aeroporto, ou alugar uma Wi-Fi Portátil que foi o que fizemos.

Muitas vezes a gente viaja sem internet, mas usa a opção do Google Maps que permite baixar o mapa para que ele funcione Offline, mas esta opção não está disponível no Japão.

Portanto, eu considero arriscado viajar sem internet pra lá.

5. PRODUTOS ELETRÔNICOS PODEM SER MAIS CAROS QUE NOS EUA.

Eu já estive nos EUA duas vezes sem que me fizessem encomendas, mas quando eu disse que ia pro Japão muita gente me procurou. No entanto, além do fato de eu e minha esposa viajarmos levando basicamente uma mochila cada um, pesquisamos e descobrimos que, apesar de o Japão ser a fonte de várias tecnologias como videogames, lá as coisas são muitas vezes mais caras que nos EUA!

Sim, eu também fiquei surpreso!

É claro que muita coisa chega a ser mais barata que no Brasil por conta dos impostos que lá são apenas 8% do que você compra, e se você comprar mais do que 5 mil Yen num único local de um mesmo tipo de produto (eletrônicos, alimentos e etc) algumas lojas te isentam do imposto.

Porém, lá as coisas são mais caras.

Um iPhone X desbloqueado de 64Gb, por exemplo, pode chegar a custar o equivalente a US$1.200, sendo que nos EUA você o encontra por cerca de US$999. Observamos o mesmo com produtos como computadores, tablets e semelhantes. Até mesmo os videogames como o PS4 acabam custando o mesmo que aqui, afinal de contas, o PS4 já é fabricado no Brasil.

Porém, se você gosta de videogames antigos vai estar no paraíso.

Lá são muito populares as lojas especializadas em videogames antigos como o Super Nintendo, o Nintendo 64, Mega-Drive e outros cujos preços, principalmente dos consoles, são muito melhores do que aqui no Brasil. Os jogos no entanto não costumam ser tão em conta. No entanto, você consegue comprar um Nintendo DS na caixa, por exemplo, pelo equivalente a 20 dólares!


Também é uma excelente praia para acessórios raros como um cartucho do tipo Super Gameboy, que adapta jogos de Game Boy para o Super Nintendo pela bagatela de cerca de 7 doletas, outros controles diferenciados ou até mesmo consoles antigos como o Famicon (Nintendinho japonês) com drive de disquete (algo nunca visto por aqui) pode ser comprados por preços caros, mas acessíveis como US$50.

CONCLUSÃO:

Esperamos que estas dicas ajudem os turistas a desbravarem a terra do sol nascente, que é um país incrivelmente belo que mistura tradição e tecnologia de uma forma que se vê em poucos lugares do mundo. Tem alguma dúvida? Deixa um comentário aí que eu sempre respondo.

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