A Loucura de Hollywood Num Saco de Lixo


Boas histórias são feitas de material humano. E boa arte é o registro de uma época que consegue fazer com que o leitor se sinta naquele retrato que o autor quis fazer. Quando eu escrevo tento manter esses dois parâmetros como norte, e dessa vez eu decidi mergulhar um pouco mais na minha área: transtornos psicológicos.




Já parou pra reparar que na grande maioria dos clichês sobre a loucura apresentados no Storytelling são uma desculpa para apresentar um mundo fantástico estruturado? Bom, tendo já trabalhado diretamente com o assunto eu digo que, principalmente o cinema, peca ao estruturar demais a loucura de seus personagens.

Histórias precisam fazer sentido:

Costumo dizer pensar a loucura seria como pensar num dicionário onde os significados das palavras fossem embaralhados. Imagine só este dicionário com uma lógica própria, seria quase incompreensível para alguém que não tivesse um treinamento detectar os significados dessas palavras e retirá-los dessa ordem confusa?

Portanto uma narrativa realmente esquizofrênica beiraria ao incompreensível e seria um fracasso de bilheteria.

Isso quando os filmes usam jargões positivos,

afinal de contas já se tornou até um jargão o vilão que sofreu abusos na infância, ou o serial killer que tem transtornos mentais. É grandiosa a lista de personagens cujos desvios de comportamento ou até mesmo traços de agressividade são atribuídos a transtornos mentais. E isto é perigoso porque pode causar a impressão de que pessoas com transtorno são violentas o que pode colocá-las em risco.

Transtornos mentais, que fique claro, não são sinônimo de agressividade!

Sim, há casos em que a pessoa pode ter episódios de agitação psicomotora (e outros) e oferecer riscos para as pessoas a sua volta, mas geralmente quando há agressividade a pessoa com transtorno acaba por ferir a si mesma.

Já os transtornos de personalidade, os favoritos de Hollywood não são associados a traumas, 

não tendo uma origem clara, e muito menos há correlação entre eventos traumáticos e o seu desenvolvimento. Conhecido pelos psicanalistas como perversão e pela cultura em geral como psicopatia ou sociopatia, estes transtornos surgem na infância e podem apresentar características já nessa fase do desenvolvimento.


Por isso a loucura de verdade não funciona no cinema ou na literatura convencional, ou seja, aquela que quer conquistar o maior público possível. Porque se esta narrativa fosse contada do ponto de vista do louco, ela não chamaria tanta atenção.

Por isso eu estou lançando um conto que tenta ficar nesse limiar entre a loucura real e a compreensível para o leitor.

No meu conto "Saco de Lixo" acompanhamos em grande parte um personagem a beira de um surto que se encontra com outro personagem que também possui uma lógica muito diferente do comum.

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