Um perfil psicólogico da campanha de Jair Bolsonaro
Foto: Jair Bolsonaro: candidato a presidência com opiniões polêmicas que tendem ao conservadorismo.
Esse texto foi publicado originalmente em forma de uma Thread no meu Twitter onde vamos usar um pouco de psicanálise para entender por que o conservadorismo está tão popular e por que se destacam figuras como a de Jair Bolsonaro.
Foto: Sigmundo Freud, criador da psicanálise e sua filha Ana Freud.
Pra começo de conversa, psicanálise é uma ferramenta teórica terapêutica embasada na filosofia, sociologia e outros desenvolvida pelo famoso médico Sigmund Freud e seu conceito principal é o inconsciente.
Freud e outros autores contemporâneos também pensaram na “psicologia as massas” e descreveram que em momentos de crise social e econômica as pessoas tendem a se sentir inseguras, o que gera uma necessidade de procurar autoridades que se parecem com figuras paternas.
Para a psicanálise uma figura paterna não é um pai literal, mas sim uma figura de autoridade que diz como você deve se comportar e até mesmo quais devem ser os seus desejos.
Foto: Plinio Salgado, político e jornalista brasileiro conhecido por defender uma postura de ultra direita e ter por inspiração o movimento fascista italiano. Salgado foi candidato a presidente em 1955 e teve dois mandatos como deputado.
A psicanálise diz que em sociedades em crise essas figuras são sedutoras e perigosas, pois levam as pessoas a abrir mão de seus próprios pensamentos em troca dessa falsa sensação de segurança.
Foto: Seleção brasileira da copa de 70 com destaque para Pelé. Um time de futebol ou até mesmo uma torcida são excelentes exemplos de grupos sociais.
Também nos é dito da coesão grupal. Um grupo social é um conjunto de pessoas com características semelhantes e um objetivo em comum. Fazer parte de um grupo traz a sensação segurança às pessoas.
Foto: conflito entre grupos com ideologias diferentes em protesto, obtido no site da "Carta Maior".
Portanto, ao eleger um características ou comportamentos “ideais” para as pessoas faz com que elas se sintam parte de um grupo ao seguir essas regras. Uma outra forma de tornar um grupo coeso é fazer com que ele tenha um inimigo comum que seja a causa de todos os problemas.
Imagem: Ator Clint Eastwood na Série Rawride (AMC, 1959-1965) onde representa um jovem e impetuoso trabalhador do campo no velho oeste.
Outra característica observada pelos psicanalistas é um culto ao “homem comum” por essa autoridade que assume características como um senso de “honestidade” ao dizer o que quer, e um discurso extremamente simplista (senso comum) que cria uma falsa sensação de representatividade.
Estas características foram descritas pelos psicanalistas principalmente tendo como exemplo sociedades fascistas, ou seja baseadas na autoridade e no conservadorismo que são conhecidas por reprimir violentamente seu povo e limitar seus direitos.
Portanto temos em Bolsonaro: uma figura paterna (que diz o que você tem que fazer, sentir, desejar), que faz as pessoas se sentirem parte de um grupo ao eleger um inimigo comum (esquerda/PT) e apresenta soluções simples para problemas complexos, mesmo que sejam falsas e faz com que o “homem comum” se sinta representado.
BIBLIOGRAFIA:
- ADORNO, Theodor. "A Teoria Freudiana e o Padrão da Propaganda Fascista" [1] [2] [3]
- A psicanálise e o discurso de Jair Bolsonaro | Christian Dunker | Falando nIsso 187
- DUNKER, Cristian. "Bolsonaro, deita aqui no meu divã"
Era curioso disponibilizar o de Lula ou outros adversários para comparar.
ResponderExcluirExcelente ideia. Quem sabe em breve?
ExcluirPensei que o Autor estava descrevendo Lula! Surpresa no final ao ver o nome de Bolsonaro.
ExcluirPois é, disponibiliza o dos outros.
ResponderExcluirNunca li um texto tão raso, simplório e com erros conceituais tão elementares como esse. Uma vergonha para classe que o autor dê esse pitaco como psicólogo. Sabe pouco de psicanálise. E ainda menos sobre política e seus personagens.
ResponderExcluirPrimeiramente obrigado por comentar.
ExcluirPuxa, fico feliz de ter atingido o meu objetivo, afinal de contas isso não é um artigo científico, foi escrito propositalmente pra atingir o maior número de pessoas possível. Infelizmente o custo disso é não se aprofundar e ficar simples.
Só fico assustado de uma pessoa avaliar meu rigor profissional ou meu conhecimento sobre política através de um texto.
Enfim, só pra constar, esse texto também foi publicado na Vice (sim, aquela revista internacional) onde dei entrevista ao lado de uma dos maiores psicanalistas do Brasil.
Abraço!
Sim, falta muito rigor científico. É um texto de opinião vazia, do tipo histérica, cheio de adjetivos e com pouquíssimos substantivos.
ResponderExcluirOi, Jurandir. Obrigado pelo comentário. Dá uma olhadinha na resposta de cima que eu acho que atende a você também.
ExcluirForte abraço.
Me pareceu, o tempo todo, estar lendo sobre o perfil de Lula. Desonestidade intelectual... também se vê por aqui... plim, plim!
ResponderExcluirOi, obrigado pelo comentário.
ExcluirPor que você acha que parece o perfil do Lula? Não entendi.
Abraço!
Achei um tanto simplista, esperava algo mais coeso e personalizado, pois esta abordagem é um tanto generalizada, serviria também para definir Lula por exemplo: "Uma figura paterna (que diz o que você tem que fazer, sentir, desejar), (Lula faz isso em seus discursos de mentiras e manipulação de massa, muda apenas a abordagem, em relação ao Bolsonaro)que faz as pessoas se sentirem parte de um grupo ao eleger um inimigo comum (esquerda/PT) (Lula e o PT sempre consideraram a direita como inimiga em seus discursos) e apresenta soluções simples para problemas complexos (bolsa família e outras esmolas), mesmo que sejam falsas e faz com que o “homem comum” se sinta representado".
ResponderExcluirExcelente texto, e totalmente verdadeiro. Eu ainda acrescentaria maos: tais pessoas que seguem uma figura paterna desse tipo ainda manifestam claramente tendências de infantilidade, algo relacionado ao arquétipo do Puer Aeternus. É isso o que faz com que fiquem o tempo todo perguntando "ah, mas e o Lula"? Muitos seguidores do Bolsonaro são pessoas carentes e feridas, que acham que ele vai preencher, de alguma forma esse vazio...
ResponderExcluirOlá Tiago Cabral.
ResponderExcluirMuito bom o que vc escreveu,
O povo Brasileiro adora abraçar um mito ou lenda, para descarregar, Suas frustrações.
A racionalidade é pouco usada na nossa Cultura, por isso qualquer criatura que se apresentar como um suposto salvador é aceito sem passar por qualquer filtro racional!
Eu adorei
ResponderExcluirTexto de simples compreensão para leigos
E é bem por aí mesmo
É claro, que se eu fosse uma cega defensora incoerente de Bolsonaro, iria criticar negativamente
Trocamos o sujo pelo mal lavado sem muita consciência
Obrigada