Ilha de cachorros, uma crítica ao fascismo


Ilha de cachorros é um filme deste ano dirigido pelo famoso Wes Anderson responsável por animações grandiosas como O Fantástico Senhor Raposo. Vamos entender como este longa é uma crítica ao fascismo? Segue o fio


Primeiramente precisamos entender como identificar cenários fascistas. Para isso vamos usar as visões de Humberto Eco e de Levisky, um dos autores de “Como as Democracias Morrem” como parâmetro.

A história da animação se passa numa cidade fictícia do Japão chamada Megasaki onde cães acometidos por uma estranha gripe canina são exilados numa ilha para que não passem sua doença, aparentemente sem cura, para os humanos.


É então que um garoto chamado Atari, protegido do prefeito da cidade que expulsou os cães, decide ir atrás de seu cão guarda-costas de estimação para salvá-lo do exílio.


Ao mesmo tempo está ocorrendo uma eleição onde o Prefeito Kobayashi concorre contra o dito “candidato da ciência” (repara bem!) que promete através de pesquisa descobrir uma cura para a gripe canina e acabar com o exílio dos cachorros.

Claramente, pela estética do filme é possível identificar um culto a personalidade do prefeito Kobayashi, vemos sua cara estampada em outdoors gigantes, e o mesmo está sempre falando para multidões de forma autoritária.


Outro fato curioso é que o exílio dos cães é todo baseado no medo promovido pelo governo contra os cães. É importante destacar também a relação de subalternidade que os cães têm com seus “mestres” o que pode tornar possível sua identificação como uma minoria.


É ainda mais interessante perceber que há uma resistência ao governo de Kobayashi que se divide primeiramente entre os membros do “partido da ciência” e entre grupos estudantis de resistência.

Outros eventos do filme deixam claro que se trata de uma crítica ao fascismo, mas se a gente falasse aqui seria SPOILER, e eu quero que, se você se interessou por esse texto tenha a experiência de ver o filme.

BIBLIOGRAFIA:


Comentários

Veja também:

Artigos populares