Vida e obra de Martin-Baró
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Qual sacrifício você seria capaz de fazer para defender um conceito acadêmico? Na psicologia social um teórico chegou ao extremo por suas idéias e pela defesa da justiça social. Nessa thread veremos a inspiradora e emocionante história do padre e psicólogo Martin-Baró.
Ignácio Martin-Baró nasceu na Espanha em 1942. Estudando numa escola tradicionalmente católica logo descobriu sua vocação se tornando padre Jesuíta. Sua missão o levou a Venezuela e logo em seguida a El Salvador, um país da América central marcado por uma sangrenta guerra civil.
Foi em El Salvador que Baró obteve sua licenciatura em psicologia na Universidade Centro Americana (UCA), vindo a defender anos depois em Boston (EUA) seu doutorado em psicologia social com um grande questionamento que faria toda a diferença na sua carreira.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2cZZAJabmArT2BZ_wPt_7RZUupr3blj1tFESmTZ54oWS5-wPbI47FJH24bLYJivocPgcw6vOO1J4gc8Ga2AiWHKyUuHb4MeIET12MuX-4K917v3nP3WI5Qne_m9hvPp0aEN1D9f6ZPQLJ/s640/Baro%25CC%25815.jpeg)
Retornou para El Salvador lecionando na UCA, e assumindo vários outros cargos como o de vice-reitor e editor de periódicos acadêmicos, mas algo lhe incomodava. O que ele havia aprendido na academia parecia não condizer com a realidade da América latina.
Para Baró a psicologia que ele havia estudado durante anos não descrevia os processos psíquicos enfrentados pela população de El Salvador que vivia sob um regime autoritário marcado pela violência e a injustiça social.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXVs51g3n_LuDfkgZglOlE8VC019TFx2zbmX8IbDmNxZBGjcd74rVDc6vfsdqHhXbgK4YcE29incX7ePNX504mjoonMrwPeDEW9493q5n2uMLLOvm9O1JHNE6RsY7xoYk3Cwz1dr1pqOvb/s640/Baro%25CC%25817.jpg)
Foi então que em sua obra acadêmica ele começou a questionar o que foi chamado de "psicologia hegemônica", e foi além chegando até mesmo a criticar a possibilidade de uma neutralidade do profissional de psicologia em certos cenários.
Baró desenvolveu então a "psicologia da libertação" que tinha bases na teologia da libertação, um conceito que pregava que a fé deveria ser guiada pelo respeito a vida, a ênfase nas boas ações, e o foco nos pobres! Mas a carreira acadêmica de Baró nada normal.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaL5I3_fsRvLPhSSNDcN8rlV_FYKRiYEByfHPWsQ8io1Vvl1zeV7Idnd-7DZ0TEHXkYuaSiZl8r7M3c5TbEyxjxGc4-_72vfhx1WUv0QHdNcfkK9Bt6hzHR4xeAu7rP0JPn1aVl0mhbJcL/s640/baro030.jpg)
A vida de um pesquisador acadêmico pode parecer algo bem entediante. Mas a carreira dele tinha tudo, menos tédio. Em seus textos Baró criticava o regime autoritário de El Salvador, peitando políticos, militares e até os EUA. Além, é claro, de incitar a população a fazer o mesmo.
A primeira coisa de que foi acusado foi promover o comunismo. Os professores da UCA começaram então a ser perseguidos. Mas Baró não desistiu mesmo diante de todas as ameaças. Uma bomba chegou a ser detonada na frente da universidade, mas ele continuou.
Baró questionava o papel do psicólogo dizendo que esta ciência não poderia ser ferramenta de manutenção do status-quo, ajudando as pessoas a se submeterem a opressão social. Ele defendia que a psicologia deveria ser ferramenta de conscientização e libertação!
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOHFFmZY73mbEvUQpEc6VVLP0ejuyFBpC1MrXW4rlkUyOew5J5wiimi_DjSC5xZVat-PEI7_lFJgBUlpMQ35bUNutXOgUkjDHVOpQPGd8ZrklQHwHXGOFqxCdDJBFFJCvxPNMh3PCNYTii/s640/hqdefault.jpg)
Para ele a sociedade adoece as pessoas, não o contrário. Portanto quem deveria mudar contra sua vontade deveria ser a estrutura social opressora, e não os sujeitos. Um dia os militares começaram a anunciar no rádio uma ordem de execução para Baró e seus seguidores. Ele continuou.
Numa noite, militares fortemente armados sob ordens do alto comando e com influência de consultores americanos, invadiram a universidade e levaram os padres e professores para os fundos. Naquela noite o psicólogo Marin-Baró se tornou imortal.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjo0ZchH7RGEWhkAgNhi0Joh4F7UYh9d86JleoeKLiWcmk5OvzYrk8AMKtoT-oNwGteLQ8vuzxvyN8HyCOYiT4FwR91djrJ1_kzULejfzeYiU6RbChpgid2TjNNP8oxoiUVVfeWmx_p8TX1/s640/IMG_0074.jpg)
A situação em El Salvador nunca estivera tão em foco nos noticiários após essa noite, e a obra de Baró alcançou uma visibilidade ainda maior do que ela já tinha, vindo a ser reconhecida mundialmente em universidades de todo o globo.
Baró deixou onze livros além de uma infinitude de artigos acadêmicos. Num deles ele fala sobre essa postura do psicólogo. Você pode ler esse texto aqui.
Para Baró a psicologia que ele havia estudado durante anos não descrevia os processos psíquicos enfrentados pela população de El Salvador que vivia sob um regime autoritário marcado pela violência e a injustiça social.
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Foi então que em sua obra acadêmica ele começou a questionar o que foi chamado de "psicologia hegemônica", e foi além chegando até mesmo a criticar a possibilidade de uma neutralidade do profissional de psicologia em certos cenários.
Baró desenvolveu então a "psicologia da libertação" que tinha bases na teologia da libertação, um conceito que pregava que a fé deveria ser guiada pelo respeito a vida, a ênfase nas boas ações, e o foco nos pobres! Mas a carreira acadêmica de Baró nada normal.
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A vida de um pesquisador acadêmico pode parecer algo bem entediante. Mas a carreira dele tinha tudo, menos tédio. Em seus textos Baró criticava o regime autoritário de El Salvador, peitando políticos, militares e até os EUA. Além, é claro, de incitar a população a fazer o mesmo.
A primeira coisa de que foi acusado foi promover o comunismo. Os professores da UCA começaram então a ser perseguidos. Mas Baró não desistiu mesmo diante de todas as ameaças. Uma bomba chegou a ser detonada na frente da universidade, mas ele continuou.
Baró questionava o papel do psicólogo dizendo que esta ciência não poderia ser ferramenta de manutenção do status-quo, ajudando as pessoas a se submeterem a opressão social. Ele defendia que a psicologia deveria ser ferramenta de conscientização e libertação!
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Para ele a sociedade adoece as pessoas, não o contrário. Portanto quem deveria mudar contra sua vontade deveria ser a estrutura social opressora, e não os sujeitos. Um dia os militares começaram a anunciar no rádio uma ordem de execução para Baró e seus seguidores. Ele continuou.
Numa noite, militares fortemente armados sob ordens do alto comando e com influência de consultores americanos, invadiram a universidade e levaram os padres e professores para os fundos. Naquela noite o psicólogo Marin-Baró se tornou imortal.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjo0ZchH7RGEWhkAgNhi0Joh4F7UYh9d86JleoeKLiWcmk5OvzYrk8AMKtoT-oNwGteLQ8vuzxvyN8HyCOYiT4FwR91djrJ1_kzULejfzeYiU6RbChpgid2TjNNP8oxoiUVVfeWmx_p8TX1/s640/IMG_0074.jpg)
A situação em El Salvador nunca estivera tão em foco nos noticiários após essa noite, e a obra de Baró alcançou uma visibilidade ainda maior do que ela já tinha, vindo a ser reconhecida mundialmente em universidades de todo o globo.
Baró deixou onze livros além de uma infinitude de artigos acadêmicos. Num deles ele fala sobre essa postura do psicólogo. Você pode ler esse texto aqui.
BIBLIOGRAFIA:
WIKIPEDIA EM INGLÊS: Martin-Baró (Verbete)
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