Alter do chão e hiearquia social


Caramba, mas que episódio pesado esse do podcast Mamilos da rede Braincast falando sobre Alter do Chão, o município que ficou em foco durante as queimadas e que houve a prisão aparentemente política de brigadistas de ONGs que, alegadamente seriam responsáveis por iniciar queimadas na região. Isso me fez pensar numas coisas sobre psicologia social que vou compartilhar com vocês aqui. Essa discussão foi iniciada no twitter, e você pode acompanhar abaixo:


O episódio fala em boa parte sobre grilagem e sobre como a gente muda a iconografia do crime ao falar de roubos de "colarinho branco", mesmo que esses crimes envolvam até mesmo assassinatos e crimes ambientais para obter posses e lucro.

E na minha visão acontece porque o nosso país é formado sobre uma base muito sólida de hierarquia social, onde dependendo da sua origem, do seu status social e da cor da sua pele, teu ato é crime ou não.

Essa questão da hierarquia social no Brasil é ainda muito mais grave pois nós criamos divisões raciais para posições sociais e isso desumaniza quem está na base da pirâmide, reforçando ainda mais aquele sentimento de pertencimento a uma "classe social" dos racistas.

Talvez seja por isso que um desembargador, prefeito ou qualquer outra "autoridade" não acha que esteja cometendo crime "ganhando" terras do governo em áreas de preservação ambiental em troca de favores políticos,

pois a lei é só pra quem não é "gente como eles".

E é aí que nasce a violência, pois essas pessoas realmente acreditam na legitimidade de seu direito a posse em detrimento do contexto histórico ou social que aquela propriedade tenha, em detrimento até mesmo da razão.

E essa semente ideológica foi regada pelo colonialismo que fundou nossa pátria, que estabeleceu essas divisões raciais, culturais e hierarquizou as relações sociais colocando o branco europeu como encarregado do "progresso" e dono por direito das terras "descobertas".

Somente a cultura e a educação podem mudar essa mentalidade cruel e distorcida! Ressignificar as relações sociais para além do classismo, do racismo e dos demais preconceitos é essencial para um desenvolvimento de um país igualitário que só assim poderá prosperar.

Ouça o episódio abaixo:

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