Por que burnout, meritocracias e racismo podem andar juntos?

Recentemente adicionada ao CID 11, nova versão da classificação internacional de doenças, o burnout é uma doença ocupacional gerada pelo estresse no trabalho. 

Apesar de ter sintomas que podem ser confundidos com a depressão, o Burnout é um sofrimento que só surge vinculado a situações de trabalho não afetando outras áreas da vida da pessoa. Mas pode sim, caso não tratado, evoluir para casos de depressão grave. [1]

Já falei muito por aqui sobre como a meritocracia é uma ideologia extremamente segregadora e que turva a realidade transformando a injustiça social em apenas questão de "esforço", criando uma ilusão de que todos têm as mesmas chances.

Aliás, eu tenho um vídeo onde eu te provo que a meritocracia faz mal para a saúde mental das pessoas, principalmente aquelas que são pobres e/ou minorias:

E claro que considerando que, como explica o professor @silviolual, o racismo é estrutural e atravessa todas as relações sociais, isso ainda pode se agravar mais quando exposto a lente de aumento de um ambiente tóxico com ideologia meritocrática. [3]

E sendo o racismo sistêmico, isso pode aumentar ainda mais a chance de uma pessoa não branca sofrer com o burnout, já que historicamente esse recorte da população, por questões SOCIAIS (claro!) tem mais tendência de sofrer com transtornos mentais. [4]

FONTES:

  1.  Plural Saúde:  Síndrome de Burnout: o que é, sintomas e diferenças entre depressão e ansiedade.
  2. Smolen & Araújo. Raça/cor da pele e transtornos mentais no Brasil:
    uma revisão sistemática.
  3. Silvio de Almeida: Racismo Estrutural.
  4. Revista Abril (caderno de saúde): Precisamos falar sobre a saúde mental da população negra.

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