A culpa por não ser miserável - O fantasma que acompanha pessoas pretas que saem da pobreza.

Descrição: Nath Finanças, mulher negra de cabelos cacheados usando um brinco escrito "afro". Créditos: Carta Capital.
Esses dias vi um corte muito maneiro onde a @nathfinancas
fala sobre a culpa que sente as pessoas pobres, principalmente negras, que ascendem socioeconomicamente. Queria trocar uma ideia com vocês sobre isso a respeito da psicologia preta. Esse texto foi publicado originalmente no Twitter e no Instagram. Se quiser participar da discussão, acompanha a gente lá!

Nesse corte (que eu não achei mais!) a Nath fala que pessoas negras numa posição socioeconômica melhor acabam se sentindo culpadas quando compram ou têm acesso a um serviço que custa caro, isso porque as pessoas que ela conhece não teriam condições de fazer isso. 

Acrescenta ainda que as vezes é só comparação consigo mesmo. Quando por exemplo pensa que algo que está comprando equivaleria a um salário do mês dela antigamente.

Ela também diz que quem nasce rico, ou numa condição meramente melhor, não pensa nessas coisas. Mas será que isso afetaria mais gente preta que branca?

Bom, estatisticamente sim, até porque temos mais gente preta na faixa da pobreza do que branca. Não tem como negar esse fato.

Além disso, o racismo estrutural afeta a autoestima da pessoa negra, fazendo que ela tenha uma síndrome do impostor intensa o que impede que ela se sinta pertencida a nova classe social que alcançou.

Também lembremos da insegurança. Devido a esse não pertencimento, essas pessoas podem pensar que estão prestes a perder suas conquistas a qualquer momento, e por isso as vezes pensam que estão sendo imprudentes ao manter um estilo de vida melhor, mesmo que tenham condições.

A sociedade racista educa o negro para estar confortável apenas em posições de submissão. O racismo estrutural afeta a autoestima severamente. Fora que o racismo acaba por reforçar o tempo todo que o lugar da pessoa negra é na pobreza, criando um ciclo vicioso.

Precisamos de mais profissionais de psicologia treinados para lidar com esses fenômenos psíquicos característicos da psicologia preta! De preferência profissionais racializados! Viva a psicologia preta!

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