Informação demais leva ao desconhecimento da realidade
Esses dias eu atrasei sem querer o pagamento do boleto da conta do meu celular. Daí, como eu não sou de jogar dinheiro fora, fui ver se não tinha direito a nenhum outro benefício desses que eles vendem casados com a conta do telefone e descobri que tinha acesso a um aplicativo de "banca de jornal".
Eu não gosto de me manter informado demais porque hoje em dia informação não necessariamente significa conhecimento real, isso porque estou cansado de ler notícias sensacionalistas cuja manchete diz uma coisa e o texto diz outra. Isso quando não se trata de uma fake news bem descarada. Portanto, informação demais pode levar, na verdade, ao desconhecimento.
Até o ano passado eu me informava no começo do dia ouvindo alguns podcasts de notícias que são vinculados a grandes jornais. Depois percebi que isso já era muita informação e ocupava certo tempo também. Então passei a me informar através de um agregador de notícias da mídia tradicional que dava uma olhada pela manhã. Ainda assim, era notícia demais e, ainda por cima, esse agregador tinha um algoritmo que mostra numa aba as notícias "mais interessantes pra você", afinal esse aplicativo pertence a uma dessas empresas chamadas de Big Techs que transformaram nosso mundo numa oligarquia cyber punk.
Mas aí eu descobri essa "banca virtual" através do aplicativo que estava pagando (sem saber e sem querer porque foi uma venda casada) e comecei a ler jornal durante o café da manhã. Sim, como nossos pais e avós.
Percebi ainda que, além de ser uma leitura mais prazerosa, os sites de notícias são uma bagunça no que tange a diagramação, e como eu sou autor independente que diagrama os próprios livros, eu prezo por uma boa diagramação. Esse mesmo blog que você está lendo deve estar cheio de propagandas entre os parágrafos e eu odeio isso, mas como é minha maior fonte de renda com escrita nesse momento, vou deixar eles aqui e este também deve ser o motivo pelo qual os sites de notícia também deixam. Mas enfim...
Ler jornal digital é bem interessante. Não deixa de ter seus anunciantes, mas ainda assim o texto é bem diagramado, numa fonte interessante e você acaba sabendo de tudo um pouco, é claro, dentro da linha editorial daquele jornal, pois lembremos que nenhuma mídia é neutra, mas ainda assim é algo muito mais honesto do que os aplicativos que nos fecham em bolhas de desconhecimento nos inundando de informações inúteis quando não são falsas.
Se eu tivesse grana pra jogar fora com papel que polui o meio ambiente, legal mesmo seria comprar o folhetim impresso mesmo, mas não existem mais bancas de jornal como existiam antigamente. Lembram? Antigamente, haviam jornais que tinham três edições todos os dias. Alguns deles publicavam até alguma peça de literatura. Aliás, muitos autores hoje consagrados começaram publicando em jornais, revistas (ou zines) e por aí vai. Hoje só temos o Wattpad e esses blogs antiquados.
Mas o jornal digital é o que tem pra hoje. Não sejamos anacrônicos. Eu sou contra a nostalgia tóxica e, talvez, hoje seja muito mais fácil de entregar seu texto pras pessoas do que era antigamente quando você precisava, de fato, imprimir alguma coisa. Mas estou divagando. Em resumo, ler jornal digital resolveu o meu problema. Ao menos por enquanto.
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