Eu fico feliz de ser pirateado, mas isso não é legal.
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Todo mundo que me conhece sabe que meu maior desejo é ser lido, independente do meio, da forma como as pessoas adquirem minha obra, eu quero é que as pessoas leiam.
Por isso, muito recentemente, eu fiquei extremamente feliz de saber que meu mais novo romance filosófico, A Palavra-Humana, já está rolando em alguns sites piratas por aí. Isso porque, pra mim, significa que alguém acha que esse conteúdo é interessante e que deve ser reproduzido livremente.
Mas o meu caso é exceção porque, pirataria de autores independentes não é legal.
Por pior que seja o mercado literário no nosso país e, por mais que o nome do regime econômico em que vivemos seja “capitalismo”, a comercialização de arte nas terras do pau Brasil sempre foi algo elitista e eu sou a favor de, incentivar a leitura a qualquer custo, de espalhar a arte sem fronteiras e de elevar cada vez mais a cultura popular e seu acesso. Trabalho esse que a indústria da arte faz muito mal no nosso país, mesmo que viva de mamar nas tetas do governo (grande parte das vezes).
Mas, o grande problema da pirataria é que, na maioria das vezes, ela prejudica os pequenos artistas: como no caso das pequenas editoras e dos autores independentes.
Viver de arte no Brasil não é fácil, mas há gente boa tentando fazer isso. Eu não tenho essa esperança. A mulherada anda dando um show na Amazon nesse sentido e vejo casos de autoras que, alegadamente, estão tirando uma grana boa vendendo seus romances eróticos na Amazon e a pirataria atrapalha muito esse processo.
Tem muita editora pequena também investindo em coisas que não são mero entretenimento, são arte, são registro do espírito de um tempo. Instituições literárias que vivem no vermelho, gente que trabalha por um sonho mesmo, uma galera pra quem cada venda conta. A pirataria atrapalha essa gente também.
Nenhum desses dois é o meu caso. Eu sou funcionário público, já tenho uma carreira estabelecida fora da literatura e faço isso aqui por absoluto prazer e, falando em deleite, saber que alguém acha que meu livro é importante o suficiente para que se tenha o trabalho de piratear me deixa muito feliz. Mas eu sou uma exceção.
Apoiem as pessoas autoras independentes, apoiem as pequenas editoras! Se você tem condições de pagar por um ebook, vai lá e paga. Mesmo que isso lhe faça contribuir com alguns centavos para a fortuna de um bilionário do varejo online, pois a causa vale a pena.
Mas eu também sei que esse é um país que tem gente que nem cartão de crédito tem. Nesses casos, até apoio o download obscuro de um PDF suspeito. Mas se não é o seu caso, apoie a arte que você consome!
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