Resenha: Homem com H

Há pessoas cuja mera presença é capaz de distorcer a realidade a sua volta. Pessoas que parecem ter seu próprio centro gravitacional ao torno dos quais os meros mortais orbitam mesmo que de forma inconsciente.

Isso é estar perto de um grande artista em uma performance. Porém, em “Homem com H”, Ney Matogrosso foi representado como essa entidade que altera a realidade pelo mero fato de existir.

Com um somatório que é composto do que parece ter sido uma excelente direção e produção com atuações impecáveis que vão de leves expressões faciais, olhares e gestos até monólogos inteiros arrebatadores, o filme não tem uma cena que se joga fora, a não ser que você se incomode com os diversos nus frontais e cenas de sexo que recheiam o filme, mas que são belíssimas, muito bem compostas e viscerais.

Até porque é uma obra que fala sobre o amor livre, sobre viver a arte a qualquer custo, mesmo que seque cada gota do seu sangue e derrame todas as suas lágrimas. De qualquer forma, filmes biográficos sobre grandes personalidades parecem forçados ao vender uma genialidade que as vezes soa como forçada.

Mas no caso de Ney não, pois sua genialidade vem justamente de seu gênio, seu ímpeto, sua personalidade, traços esses que foram registrados e marcados no tempo por essa obra fantástica. Traços irreprodutíveis e inatos, mas também herdados do espírito do seu tempo e de suas mudanças.

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