A Palavra-Humana na Biblion

 

Mais um sonho realizado. Quando eu comecei a escrever o meu romance A Palavra-Humana, o objetivo sempre foi chegar no maior número de pessoas leitoras possível. Por isso sempre fiz questão que, ao menos a versão digital da obra, fosse gratuita ou no menor preço possível, como é no caso da publicação na Amazon que sai a apenas R$1,99. No entanto, a obra agora encontra-se disponível na Biblion.

A Biblion é a biblioteca digital pública do Estado de São Paulo, criada pela Secretaria da Cultura e Economia Criativa e gerida pela SP Leituras, a mesma organização responsável pela Biblioteca de São Paulo e pela Biblioteca Parque Villa-Lobos. O acervo está disponível gratuitamente em biblion.org.br.

 SOBRE O LIVRO:

A Palavra-Humana é uma obra que se ergue sobre o próprio poder da linguagem. Ela nasce da pergunta: o que acontece quando a palavra cria o mundo, mas também passa a duvidar de si mesma? O livro é, ao mesmo tempo, romance, poema e ensaio metafísico, uma cosmogonia feita de letras, onde a poesia é a força vital que mantém a realidade viva. Seu narrador, consciente de ser personagem, conversa com a Pessoa-Que-Lê, transformando cada leitura em uma nova encarnação da história.

No início, o Autor descreve um mundo vazio de sentido, até que pronuncia: “Que haja poesia”. É a partir desse gesto criador que tudo ganha forma, personagens, consciência e carne. Assim, A Palavra-Humana é a própria criação de um universo literário que reflete sobre o ato de criar, questionando o racionalismo e devolvendo à linguagem seu caráter sagrado e perigoso. Trata-se de um livro que não apenas conta uma história, mas se torna consciente de ser história — um espelho onde a literatura descobre que também é feita de sangue e verbo.

A Palavra-Humana é gratuita porque não pertence mais ao autor, pertence à própria linguagem e, portanto, a quem lê.

A gratuidade é uma escolha ética e poética: um gesto de devolução. Assim como no livro o Autor mergulha em sua criação para impedir que a poesia morra, o autor real entrega o texto ao mundo para que ele possa viver fora das fronteiras do mercado. Tornar a obra livre é afirmar que o conhecimento, a arte e a palavra não devem ser produtos de consumo, mas encontros entre consciências. É um ato de resistência contra a tecnocracia e o capitalismo simbólico que transforma até o verbo em mercadoria. Ao ser livre, A Palavra-Humana volta ao seu estado original (o da partilha) e reafirma que a verdadeira literatura não se compra: se lê, se pensa e se sente.

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