Crônica: Walking Dead Brasil (Isto não é uma fanfic)

Captura de tela do clipe da banda Detonautas "Carta ao futuro". Descrição: Desenho de um zumbi com a camisa do Brasil.

Isto não é uma série de TV, é a realidade. Mas seguimos por aí, cambaleando pelas ruas como mortos-vivos, alheios a toda a destruição a nossa volta.

Eu sei, o título dessa crônica parece coisa de fanfic, aquelas histórias escritas por fãs de filmes e séries, mas não. Aqui viemos mais uma vez falar de um futuro triste que se aproxima, que se torna desesperador tendo em vista que tudo isto era evitável.

Nosso país não vive num surto esquizofrênico ou coisa do tipo, até porque mesmo a esquizofrenia em alguma das suas formas é tratável e pode fazer com que a pessoa com esse transtorno viva uma vida comum. Comparar o que vivemos com um lapso de saúde mental é leviano.

Isso porque o que vemos aqui fruto de escolhas conscientes.

Sim, ainda há os ignorantes, mas é questionável supor que são maioria. E ainda assim, mesmo na mais assustadora onda da pandemia no nosso país seguimos perambulando nas ruas em nossas rotinas diárias, fingindo que o mundo não mudou e que nada demais está acontecendo.

Jorge Romero, criador do filme "a noite dos mortos vivos" certa vez disse que seus zumbis eram uma espécie de crítica a sociedade capitalista.

E hoje vivemos uma realidade que em muito se parece com um filme de terror, e ainda assim nos comportamos como se nada estivesse acontecendo. Seguimos, perambulando, abrindo lojas, escolas enquanto os hospitais se enchem, e o ar foge dos pulmões. Isso porque a economia não pode parar.

Será que tal qual como os zumbis iremos pegar o caminho do trabalho ignorando os corpos nas ruas? Ignorando nossa própria decadência?

Quando eu era adolescente, confesso que tinha um fascínio que hoje considero mórbido por histórias pós-apocalípticas, mas nunca imaginei que viveria uma.

BIBLIOGRAFIA


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